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Foto do escritorF. Ruzene

10 Pratos clássicos feitos com Vinho

Vinho na taça, vinho no prato! A gastronomia clássica nos traz exemplos maravilhosos da versatilidade dos vinhos na cozinha, são sopas, molhos, carnes e até sobremesas onde a bebida auxilia na complexidade dos sabores e torna estas receitas ainda mais inesquecíveis. Pronto para encorporar a Julia Child que há dentro de si? Então, confira estas receitas divinas que separamos! 🍴🥂



Boeuf Bourguignon


Ao citar a indispensável Julia Child, a primeira receita que me vem a cabeça é o Boeuf Bourguignon. O bife à borgonhesa é um prato clássico na gastronomia francesa que consiste, basicamente, em um guisado de carne bovina, vinho tinto e vegetais. Como o próprio nome explicita é um prato proveniente da Borgonha, uma região bastante famosa também por seus vinhos finos de altíssima qualidade. A receita é simples, mas o resultado é incrível, vale muito a pena experimentar! De maneira geral, a carne é cortada em cubos, marinada em vinho tinto com legumes, depois cozida lentamente neste belo molho até ficar super macia, cogumelos e bacon também costumam fazer parte das receitas. Tradicionalmente, come-se com algum macarrão fresco ou pão e com o próprio vinho que se usou no cozimento (se não ele, algum rótulo similar, este é o truque para harmonizar com perfeição).


Beef Wellington


O Bife Wellington é um prato inglês bastante complexo e muito saboroso. É uma preparação bastante singular de filé mignon, no qual a carne é revestida por um patê, duxelle (uma espécie de redução de cogumelos), depois envolvida em massa folhada e então assado - algumas versões trazem mostarda e presunto cru na receita. O resultado é uma carne suculenta e super saborosa dentro de uma massa crocante e sequinha. A origem do nome é incerta, mas, possilvemente, homenageia o comandante britânico Arthur Wellesley que auxiliou fortemente na derrota de Napoleão na Europa e que se tornou o primeiro Duque de Wellington. Certo, mas onde vai o vinho? Tradicionalmente, o molho que acompanha o Bife que é feito a base de vinho. Originalmente é uma redução de vinho do Porto, vinagre balsâmico e especiarias, porém há versões mais modernas que preferem utilizar um Syrah na preparação! Eu particularmente gosto de ambos os molhos, desde que sobre um pouco de Syrah na minha taça.



Aqui temos duas preparações clássicas francesas, a Bouilabaisse e a Bisque. A Bouilabaisse consiste em uma sopa ou guisado preparado à base de peixes brancos, frutos do mar, vegetais e ervas aromáticas cozidos em vinho branco. Na realidade são duas preparações num mesmo prato, primeiro os peixes e vegetais e (em separado) o caldo ou sopa que serve como base da receita. Há, de maneira similar, a Bisque, uma sopa cuja base são crustáceos, mariscos e vegetais cozidos em vinho branco e engrossados com creme de leite. Ambos os pratos são preciosidades àqueles que não dispensam o fresco sabor do mar que se destaca maravilhosamente com um bom vinho branco leve ou espumante.


Coniglio/Pollo alla Cacciatora


Agora entramos na iniqualável culinária italiana com o Coniglio ou Pollo alla Cacciatora (Coelho ou Frango à caçadora, em uma tradução literal). Basicamente as receitas são uma só, com a diferença que na primeira a proteína é o coelho e na segunda, o frango. Estes pratos, feitos à moda caçador, levam cebolas, alho, ervas, tomate e por vezes pimentões, cogumelos, alcaparras e outros legumes que são cozidos junto à carne em vinho - tradicionalmente se usa vinho tinto, mas uma variação bastante comum é o alla cacciatora bianco, que leva o vinho branco no lugar. Um bom rótulo de Sangiovese fica incrível com este prato que comumente acompanha massa fresca!


Coq au Vin


Bastante similar ao pollo alla cacciatora e ao boeuf bourguignon, há o clássico francês Coq au Vin - frango ao vinho. O prato também consiste num guisado de frango em vinho tinto com bacon, cebolas, cogumelos, cenouras, salsão e ervas - neste caso também há uma versão branca, o Coq au Vin Blanc, geralmente feito com Riesling, mas muito pouco comum, há uma preferência nacional pela versão tinta. Aliás, existe uma lenda bastante legal para origem deste prazo: Dizem que, durante as guerras da Gália (por volta de 50 a.C.), o líder dos gauleses enviou a Júlio César um galo de briga, símbolo dos povos que habitavam aquela região, em resposta César mandou fazer um jantar com o galo cozido em vinho, símbolo cultural de Roma. Assim teria nascido o clássico Coq au Vin! Aqui vale a regra do Bourguignon, pode-se harmonizar com o próprio vinho usado na cocção.


Fondue


Um dia frio, uma taça de vinho... isso logo nos remete a um delicioso fondue em frente à lareira! Um dos pratos mais famosos da Suíça é conhecido por ficar sempre quentinho graças à lamparina que fica sob o fondue. A receita original é a de queijo, apesar de haver muitas variações hoje em dia (chocolate, carne, doce de leite, etc), feito com Gruyère e Emmental fundidos com vinho branco. Na verdade a receita tradicional é feita com um suco destilado alemão de cerejas pretas, a Kirsch, porém (talvez devido à raridade do produto) se adaptou para o vinho branco, mesmo nos restaurantes clássicos suíços. Este é um prato perfeito para dois, pode acompanhar pães, carnes, batatas, legumes e, é claro, com uma bela taça de vinho - recomendo um branco mais complexo!


Homard Thermidor


A lagosta é um dos mais saborosos e desejados frutos do mar e uma das receitas mais conhecidas é o clássico francês Lagosta (Homard) à Thermidor. Nele a carne da lagosta é cozida em um riquíssimo molho de vinho branco, com brandy e gemas de ovos e uma casca crocante de queijo gratinado, comumente Gruyère, sob a lagosta. O nome deste prato faz referência a uma peça de Victorien Sardou sobre o período do terror da Revolução Francesa, chamado Thermidor. Como estratégia de marketing para vender mais ingressos e mais pratos, Tony Girod teria criado a receita para o Café de Paris. Este é um delicioso prato para celebrar com uma bela taça de vinho branco ou até um espumante!


Ragu (Bolognesa e Napoletano)


O ragu é uma receita italiana conhecidíssima do Brasil, sobretudo a versão bolonhesa. Um ragu é essencialmente um molho à base de uma carne cozida, bastante comum como acompanhamento de massas, polentas e purês. As duas versões mais famosas deste clássico da Itália são: Napoletano (napolitana) e Bolognesa (bolonhesa). O napoletano pode levar diferentes tipos de carnes cozidas em fogo baixo ou médio durante várias horas, até desmanchar, a receita também leva extrato de tomate, azeite, cebola, vinho tinto e água - esta versão costuma acompanhar massas como usado rigatoni ou fusilli. A bolognesa é feita com carne moída, geralmente bovina, com tomate e vinho branco (sim, apesar do senso comum imaginar que bolonhesa leva vinho tinto, tradicionalmente é feito com branco), leva também bacon, cenoura, salsão, leite e manteiga - esta versão costuma acompanhar spaghetti, fettuccine ou pappardelle. Agora é só não esquecer de guardar uma taça do vinho para ti, que este prato harmoniza bem com tintos e brancos!


Stracotto


Esta é outra receita italiana de carne com vinho, o Stracotto. Um clássico no qual uma carne de longa cocção é amolecida lentamente no fogo baixo em um molho com temperos, ervas, caldo de carne e vinho tinto. A carne é muito bem cozida, a ponto de ficar super macia mas sem perder a consistência, depois é fatiada bem fininho e disposta sobre o acompanhamento, normalmente uma polenta ou uma massa de fio. O molho deste cozido é sensacional e harmoniza perfeitamente com vinhos mais tânicos e potentes.


Poires à La Belle Hélène


Por fim, é claro, não poderia faltar uma sobremesa! Esta é uma receita maravilhosa da França, que (na minha opinião) tem as melhores receitas de sobremesas. Este prato foi criado pelo Chef Auguste Escoffier em homenagem à ópera parisiense La Belle Hélène. São basicamente peras cozidas em um caldo com água, um vinho tinto leve e especiarias, depois cobertas com ganache de chocolate, são perfeitas com creme chantilly ou uma bola de sorvete de baunilha ao lado! A receita costuma levar vinhos franceses não muito potentes, um Pinot Noir ou Gamay, por exemplo. O ideal é harmonizar depois com um vinho tão doce quanto a sobremesa, um espumante Moscato ou um vinho do Porto são boas opções!



Então, abra uma garrafa de vinho, separe aquela taça para si e bora cozinhar! 🍷🍽

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