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Os Perigos da Comida na Odisseia de Homero

  • Foto do escritor: Felipe Daniel Ruzene
    Felipe Daniel Ruzene
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

As epopeias homéricas, além de fundamentais às relações mnemônicas da Antiguidade, frequentemente ratificam os banquetes na Grécia Antiga para além de meras refeições com finalidades nutricionais. A ritualística envolvendo os alimentos possuía simbolismos sociais complexos, refletindo a hospitalidade, a hierarquia social e as crenças religiosas da época, como afirma a historiografia do Período Arcaico


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Este ensaio parte do interesse de Michel Foucault em voltar-se à Antiguidade para o desenvolvimento do conceito de “dietética” e para reflexões sobre a alimentação como dimensão das subjetivações e identidades entre antigos e modernos.


Emprestando as análises teóricas deste filósofo, busca-se elucidar sobre as desvirtuações alimentares presentes na Odisseia, poema épico de Homero (c. séc. VIII a.C.), a partir da análise de três grupos diversos suscitados pela narrativa: os pretendentes de Penélope no palácio em Ítaca, os gigantes ciclopes em sua ilha “selvagem” e os nautas ítacos na ínsula de Hélio, o deus-sol. Assim, pode-se contemplar na narrativa ulisseia a dimensão potencialmente ética ou transgressora das práticas alimentares, permitindo analisar as visões da tradição poética homérica acerca da comensalidade.


Neste épico, o ato de banquetear traz consigo uma série de preceitos que aproximam ou distanciam as dietéticas heroicas da temperança enaltecida na Antiga Grécia, demonstrando as características simultaneamente valorativas ou problemáticas da alimentação social e da ritualística religiosa que circunda a poética arcaica. Não obstante, como argumenta Foucault, a dieta não foi concebida entre os antigos gregos a partir de um modelo uníssono, solidificado na obediência moderna ao conhecimento do outro, mas uma prática reflexiva de si mesmo em relação ao próprio corpo.


Logo, embora a narrativa homérica não apresente um modelo exemplar de heroísmo pela alimentação, a dietética é argumento recorrente para edificar discursos sobre práticas alimentares que levem em consideração preceitos éticos, culturais, sociais e religiosos daquela sociedade.


O artigo completo foi publicado nos Anais do V Seminário do Grupo de Pesquisa Literatura e Tempos Sombrios (UFMS) e está disponível gratuitamente no link abaixo:



RUZENE, Felipe Daniel. Nota sobre as tensões alimentares na narrativa da Odisseia a partir da dietética foucaultiana. V Seminário do Grupo de Pesquisa Literatura e Tempos Sombrios, Corumbá-MS, v. 3, p. 11-26, 2025.

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