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Malbec, a joia da Argentina

Apesar de se popularizar graças aos viticultores argentinos, a cepa é de origem francesa. Por ser vista como uma casta frágil, após a grande praga que assolou a Europa, a uva passou por maus bocados em seu país de origem até a ressignificação que conquistou o mundo por meio dos rótulos desenvolvidos por nossos Hermanos!



A uva Malbec é originária da região de Bordeaux, na França, em especial a cidade de Cahors, onde seu nome varia para Auxerrois, Pressac ou Côt Noir. O nome pelo qual ficou famosa aqui na América do Sul advém, provavelmente, do viticultor húngaro Malbeck, responsável pela ampliação do cultivo e expansão desta uva por toda Europa. A cepa foi bastante cultivada nesta região, Bordeaux, porém a Filoxera (a mais devastadora praga que atingiu a viticultura mundial, a partir de finais do século XIX) levou os franceses a verem esta casta como mais frágil que as demais e sua produção decaiu. No ano de 1956, uma geada fortíssima devastou cerca de 75% das plantações de Malbec na região, após isso os produtores franceses acabaram substituindo de vez a uva (sobretudo pela tinta Merlot, menos passível às intempéries e mais regular em suas safras).


Vale ressaltar que, ainda hoje, pelo menos na cidade de Cahors, a Malbec ainda representa a maior parte da produção (cerca de 70%). Todavia, no cenário nacional francês, a cepa não é muito expressiva.


Em 1868, o agrônomo francês Michel Pouget foi contratado para intervir nos vinhedos da região de Mendoza, iniciando um programa de melhoria na produção de vinho. Para tal, Pouget levou consigo algumas castas francesas para testar no terroir mendocino, entre elas estava a Malbec. Alguns dizem que o agrônomo foi levado à Argentina por Domingo Faustino Sarmiento, um célebre autor e influente político que foi presidente do país entre 1868 e 1874. Mas, enfim, a casta se adaptou muito bem às características que a Argentina lhe ofertava (solo mais seco e maiores altitudes), todavia, sua produtividade não era tão expressiva quanto a de outras espécies e, por mais um tempinho, permaneceu como coadjuvante.

Com o passar do tempo, os vinhos produzidos com Malbec foram conquistando consumidores e especialistas e, graças a muitos experts de todo o mundo, tornou-se o vinho mais desejado da Argentina. Diferente da produção francesa, a produção mendocina apresentou uma cepa de grande mobilidade, gerando desde vinhos simples e fáceis de consumir, até vinhos potentes, de boa complexidade, com muitos estratos de sabor. A uva se transformou na Argentina e, assim, ganhou o mundo!


A Malbec é uma cepa tinta de taninos muito marcantes, possui uma casca bem grossa e que (quando cultivada em clima mais quente e seco, mais próximo da realidade argentina do que da francesa) produz um vinho de cor escura, sabor frutado e seco, taninos elegantes e macios, bastante aromático e com pouquíssima acidez. Justamente por essas características é o vinho perfeito para acompanhar uma parrillada - o autêntico churrasco argentino, que é feito na grelha, chamada parrilla, e consumido com a carne rugosa, mal passada (Mas é sério, independentemente de como gostas da carne, Malbec e churrasco é uma combinação fantástica!). Cabe ressaltar, porém, que a Malbec francesa apresenta outros caracteres, gerando um vinho tânico e ácido, com notas que rememoram o tabaco, o couro, a baunilha ou violetas.


Hoje a produção argentina de Malbec equivale a 60% de todo o cultivo mundial e é certamente a uva mais famosa e desejada pelos consumidores que buscam vinhos argentinos. Os rótulos são inúmeros e certamente vais achar um que é a tua cara. Outro fator crucial é que, devido à proximidade geográfica, podemos encontrar ótimas opções a preços bastante acessíveis...



O que achou? Se não conhecias a Malbec, dê uma chance a esta cepa que é uma verdadeira joia na Argentina, vais se surpreender. Até mais e Saúde!

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